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A enfermagem e o processo da morte

A enfermagem e o processo da morte

A ENFERMAGEM E O PROCESSO DA MORTE
Alunos: Marília Alves Souza
MORTE
“Morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).”
João Cabral de Melo Neto
Direitos do paciente à luz da legislação brasileira
  • O paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os profissionais de Saúde. Tem direito a um local digno e adequado para seu atendimento;
  • (32) o paciente tem direito a morte digna e serena, podendo optar ele próprio (desde que lúcido), a família ou responsável, por local ou acompanhamento, e ainda se quer ou não o uso de tratamentos dolorosos e extraordinários para prolongar a vida;
  • (33) o paciente tem direito a dignidade e respeito, mesmo após a morte. Os familiares ou responsáveis devem ser avisados imediatamente após o óbito;
  • (34) o paciente tem direito a não ter nenhum órgão retirado de seu corpo sem sua prévia aprovação;
A MORTE E O PROCESSO DE MORRER:
  • Eles consideram que existem 5 etapas que as pessoas ultrapassam quando se deparam com a morte, são elas:
  • Negação – Quando a vítima e/ou o doente não acreditam quando as suas vidas estão em riscos. E não levam muito a sério a situação, até o momento que constatam que realmente estão correndo riscos mortais;
  • Raiva /Furia – Quando a vítima e/ou o doente constatam quando as suas vidas estão em riscos, a tendência é sentirem raiva e indignação contra o agressor ou a doença;
  • Negociação (Barganha) – Quando o sentido de sobrevivência bate na vítima e/ou no doente, eles buscam barganhar com o agressor ou com Deus as suas vidas;
  • Depressão – Quando eles notam que não haverá barganha e o quadro mortal não pode ser revertido, a vítima e/ou o doente entram em estado de depressão, chorando e analisando as suas fragilidades e os seus problemas pessoais;
  • Aceitação – Quando não há mais nada a fazer ou para sofrer, a vítima e/ou o doente atingem o estado de resignação, aceitando a morte, independente das suas vontades.
FASES DO PROCESSO DE LUTO:
O Enlutado:
Sintomas físicos, que são decorrências fisiológicas normais do enlutamento:
  • Solidão e isolamento;
  • A forte intensidade do luto às vezes acompanhado por sentimentos de pânico ou idéias suicidas;
  • Medo do colapso nervoso, muitas vezes referido após a experiência de ver ou ouvir o morto;
  • Falta de um espaço para a expressão de culpa ou raiva, uma vez que a família está enlutada e, muitas vezes, não oferece espaço para essas manifestações.
O que fazer...
  • Escute - Seja “rápido no ouvir”, uma das coisas mais prestimosas que podemos fazer é partilhar a dor da pessoa enlutada por escutar.
  • Inspire confiança - Assegure-lhes que fizeram tudo o que era possível (ou aquilo que sabe ser verdadeiro e positivo).
O que não fazer...
  • Não evite o contato com eles por não saber o que dizer ou fazer;
  • Não se precipite em aconselhá-los a desfazer-se dos objetos pessoais do falecido antes de estarem dispostos a fazer;
  • Não os pressione para deixarem de sentir pesar;
  • Não evite mencionar a pessoa falecida;
  • Não se precipite em dizer: “Assim foi melhor”.
O ENFERMEIRO E A MORTE:
Os profissionais da equipe de enfermagem mostram diferentes reações ao assistir o paciente durante o processo de morrer, e também o sofrimento dos seus familiares. E vivenciar essas situações provoca um sério desgaste emocional nesses profissionais.
Nós sentimos a necessidade de se implantar encontros sistematizados, nos quais os profissionais de enfermagem tenham a oportunidade de expor suas angústias e medos ao assistir o paciente no processo de morrer, bem como os seus familiares.
O intuito dessa iniciativa é fortalecer a construção individual e coletiva de estratégias destinadas a ajudar o profissional a enfrentar tais adversidades. O profissional de enfermagem é gente que cuida de gente, e como todo ser humano tem suas tristezas, irritações, receios, dentre outros sentimentos. Quando pensamos sobre esta problemática, supomos ser esta a primeira implicação para o profissional de enfermagem com relação ao lidar com seu paciente: o afastar de seus sentimentos e receios, de forma que ao os isolar, minimize suas tensões para assegurar que as suas respostas individuais não prejudiquem o paciente que está sendo atendido. Tendo esta questão bem definida, é possível chegar ao doente, configurar diagnósticos, planejar sistematicamente a assistência e a partir daí, implementá-la, avaliá-la e modificá-la quando houver necessidade.
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AÇÕES DA ENFERMAGEM NA MORTE:
ASPECTO DE BIOSEGURANÇA E ERGONOMIA
  • O profissional deverá realizar lavagem das mãos antes e depois do procedimento e durante o mesmo deverá utilizar luvas e capas protetoras, principalmente ao manipular secreções e excreções, bem como mucosas.
  • O corpo a ser preparado deverá ser colocado em posição supina, com bom alinhamento, para prevenir problemas com o Rigor Mortis e livor mortis da face e tórax superior.
DESCRIÇÃO DA TÉCNICA:
  • Notificar ao médico plantonista o óbito, se o mesmo já não estiver presente no momento da morte.
  • Procurar serviço social ou avisar aos familiares presentes, o óbito, percebendo se um deles deseja participar da arrumação do corpo;
  • Revisar a política da instituição para os cuidados Post Mortem;
  • Seguir a norma da instituição a respeito do manuseio de pertences de pacientes;
  • Preparar todo o material necessário, e levar para próximo do corpo;
  • Se houver outro paciente (em caso de enfermaria), levá-lo para outro cômodo, e se não for possível, utilizar pelo menos um biombo;
  • Considerar todos os passos para evitar infecção, ou seja: lavagem das mãos usa de capas protetoras e luvas;
  • Retirar todos os objetos de valor e guardá-los em um envelope identificado, para protocolar para a família;
  • Colocar o corpo em posição supina, com bom alinhamento, a cabeça ligeiramente elevada;
  • Fechar os olhos se estiver abertos;
  • Retirar todos os dispositivos, drenos, sondas e equipamentos conectados ao paciente;
  • Realizar limpeza de ferimentos, curativos, punções, cobrindo-os com gaze e esparadrapo;
  • Realizar tamponamento nasal, auricular, bucal, genital e anal, com bolas de algodão e pinça Pean;
  • Colocar fralda descartável;
  • Fechar a boca do mesmo, fixando-a com atadura amarrada no mento (queixo);
  • Fixar mãos e pés com atadura ou esparadrapo;
  • Colar etiqueta de identificação no tórax do corpo;
  • Enrolar o corpo com lençol;
  • Colar etiqueta de identificação no tórax do corpo, sobre o lençol;
  • Transportar copo para a maca;
  • Entregar pertences aos familiares;
  • Transportar corpo ao necrotério do hospital, em companhia de familiar responsável ou agente funerário;
  • Escrever em prontuário o procedimento realizado.
OBSERVAÇÕES:
  • Em algumas instituições a roupa trazida pelos familiares é vestida pela equipe de enfermagem, ao arrumar o corpo.
  • Este procedimento requer sempre duas pessoas, devendo haver respeito ao corpo e aos seus familiares.
TANATOLOGIA:
Palavra de origem grega; Tanathos = Deus da morte;
Logia =Estudo, ciência
Esta ciência foi re-descoberta por Elizabeth Kübler Ross.
Na prática, a tanatologia consiste no estudo dos fenômenos cadavéricos, ou seja, da morte e seus fatores associados (fenômenos). Demonstra o que acontece com o corpo humano após a morte, fornecendo o tempo que ocorreu o falecimento, qual o seu motivo dentre outras coisas.
Para a enfermagem, a tanatologia será associada ao preparo do corpo após o óbito.
  • Morte aparente – são quadros diversos que aparentam ou simulam a morte; catalepsia. Atualmente, com os aparelhos existentes, consegue-se detectar este estado e raramente acontece a catalepsia.
  • Morte clínica – momento em que ocorre a parada cardio-respiratória.
  • Morte cerebral – Morte irreversível das funções cerebrais. Neste estágio, não há como reverter as funções cognitivas e funcionais.
  • Morte real – parada da atividade biológica de todas as células que ocorre em média, oito horas após a parada cardio-respiratória (não havendo a possibilidade de reanimação da pessoa).
  • Imediatos – aparecem imediatamente após a parada cardio-respiratória, sendo eles:
  • Imobilidade
  • Ausência de sinais de respiração e circulação
  • Flacidez
  • Insensibilidade
  • Arreflexia
  • Mediatos ou consumativos – ocorrem em minutos a horas, após a morte:
  • Hipóstases (manchas de sangue)
  • Resfriamento cadavérico
  • Rigidez cadavérica (4 a 5 horas após a morte)
  • Putrefação do cadáver (24 h)
  • Dissecação da pele.
  • Fenômenos tardios, destrutivos ou destruidores:
Putrefação – Fases:
Fase cromática – Mudança de coloração
Mancha verde escuro abdominal => intestino
Fase gasosa –Produção de gás sulfídrico
Aumento de volume do cadáver-Desarticulação
Fase coliquativa – Tecidos liquefeitos
Esqueletização
REFERÊNCIAS:
  • MURRAY, M.E.; ATKINSON, L.D. Fundamentos de Enfermagem –in
trodução ao processo de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.
REFLEXÃO
Espera-se que a equipe de enfermagem, mediante o cuidado profissional, desenvolva suas ações objetivando não somente assistir o ser humano no instante sublime que é seu nascimento, mas se comprometer com esse momento desconhecido em sua essência, ou seja, o momento da morte.
Prof. Euler Esteves Ribeiro, M.D., Ph.D

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