Francisco Cândido Xavier
Nascido no dia 02 de abril de 1910 em Pedro Leopoldo e desencarnado em Uberaba, a 30 de junho de 2002.
Filho de João Cândido Xavier – operário, e Maria João de Deus – lavadeira, ele e os irmãos, com a desencarnação da mãe, em 1915, foram distribuídos por vários familiares e pessoas amigas. Órfão de mãe aos cinco anos, sofreu muito, junto a sua madrinha Maria Rita de Cássia, que o maltratava.
Aos nove anos seu pai, casado novamente, empregou-o numa indústria de fiação e tecelagem, onde trabalhava até duas horas da madrugada, sendo que até 11 horas, freqüentava a escola primária pública. Ao concluir o curso da escola pública, empregou-se como caixeiro em uma loja e mais tarde, como ajudante de cozinha e café.
Aos 23 anos, o então administrador da Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura em Pedro Leopoldo, Rômulo Joviano, ofereceu-lhe modesta função nesta autarquia. Em 1935, tornou-se modesto funcionário público, trabalhando consecutivamente até os finais dos anos 50, quando foi aposentado por invalidez (doença incurável nos olhos), na categoria de escrevente datilógrafo. Durante o tempo em que esteve a serviço do Ministério da Agricultura, apesar de sua saúde precária e trabalho doutrinário desenvolvido fora das horas de serviço, não teve uma única falta, nem gozou qualquer tipo de licença. Por motivos de saúde e a conselho médico, em finais da década de 50 vai residir em Uberaba (MG), vivendo da sua magra aposentadoria.
Sua mediunidade manifestou-se aos quatro anos pela clarividência e clariaudiência, quando via e conversava com os Espíritos, sem suspeitar de que não fossem pessoas do nosso mundo. Ao ficar órfão de mãe, esta manifestou-se-lhe várias vezes, encorajando-o e dizendo-lhe que não poderia ir para a Casa deles, porque estava em tratamento, mas que enviaria um anjo bom. Esse anjo bom foi Cidália Batista, a segunda esposa de João Xavier, que fez questão de reunir todos os filhos do primeiro casamento dele, além dos cinco filhos que teve com João.
Cidália desencarna em 1927, quando Chico assume a responsabilidade da casa e de seus 14 irmãos. Neste ano a sua irmã Maria Xavier Pena, doente e desenganada pelos médicos, é curada, após uma prece que ele faz em torno do leito. A partir daí começa a frequentar renunões espíritas.
Aos 17 anos, no Grupo Espírita Luiz Gonzaga, rapidamente desenvolveu a psicografia, época em que se desligara da Igreja Católica, onde não encontrou explicações para os “fenômenos” que aconteciam. O padre que o ouvia nas confissões, o qual fora um conselheiro e verdadeiro pai, não o criticou pelo novo caminho que decidiu seguir, mas abençoou e nunca deixou de ser seu amigo.
No Centro Espírita, começou a psicografar poemas extraordinários de poetas de grande expressão, desencarnados. Em 9 de julho de 1932, foi publicada a obra Parnaso de Além Túmulo, pela Federação Espírita Brasileira (FEB), a sua primeira obra psicografada, com 259 mensagens, de 56 poetas desencarnados, que iria abalar os meios intelectuais brasileiros e tornar conhecida a pacata Pedro Leopoldo. Parnaso de Além Túmulo é um livro que até tem sido reeditado sucessivamente.
O estilo dos 56 poetas desencarnados era idêntico ao estilo que tinham em vida, provando que ninguém morre e que neste chamado “momento derradeiro”, passamos para outra dimensão da vida com todas as características que tínhamos, aqui. Mais de mil Entidades espirituais nos deram informações através da psicografia de Chico Xavier, provando a imortalidade do Espírito e sua comunicabilidade com os homens. É importante lembrar de Emmanuel, o protetor espititual do médium, tendo lhe manifestado pela primeira vez em 1931.
Foi Chico Xavier que disse a respeito de seu Benfeitor espiritual:
“Lembro-me de que num dos primeiros contatos comigo, ele me preveniu que pretendia trabalhar ao meu lado, por longo tempo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e disse mais que, se um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e Kardec, que eu deveria permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo.”
Emmanuel propõe ainda a Chico Xavier mais três condições para com ele trabalhar. Primeira condição, DISCIPLINA; segunda condição, DISCIPLINA; terceira condição, DISCIPLINA.
Entre as obras ditadas por Emmanuel, há cinco documentos históricos, autênticas obras-primas da literatura, que mostram o nascimento do Cristianismo e sua consequente adulteração, já nos primeiros séculos. São as obras: Há Dois Mil Anos, 50 Anos Depois, Ave Cristo, Renúncia, Paulo e Estêvão. Esta última, segundo J. Herculano Pires, por si só justificaria a missão mediúnica de Chico Xavier.
Em 1943, começa a utilizar a mediunidade de Chico Xavier uma nova entidade espiritual, que passa a assinar as suas mensagens com o nome de André Luiz, que ralata em uma série de 11 livros a experiência do seu pensamento, as dificuldades iniciais, o reencontro com familiares e conhecidos que o precederam na partida para o plano espiritual, a observação e as experiências de estudo junto a Espíritos de elevada evolução. Os relatos começam com o livro Nosso Lar nome de uma cidade do plano espiritual), hoje traduzido em vários idiomas, entre eles o japonês e o Esperanto.
Chico Xavier psicografou 412 obras, cujos direitos autorais foram graciosamente cedidos para as obras de caridade da Doutrina Espírita.
Outros fatos marcantes da mediunidade de Chico Xavier:
O processo, com ganho de causa para a FEB e para o médium, movido em 1944 pela viúva do escritor Humberto de Campos, época em que o Espírito ditou algumas obras com o pseudônimo Irmão X.
A participação, em 8 de julho de 1957, no programa Pinga Fogo, na extinta TV Tupi, cujo conteúdo está publicado no livro Chico Xavier – Dos Hippies aos Problemas do Mundo – Edições FEESP.
O julgamento de João Francisco de Deus, como inocente da morte de sua mulher, em 28 de junho de 1985, a partir de cartas dela, psicografadas por Chico, usadas pela defesa do acusado.
Indicado em 1981 para o Prêmio Nobel da Paz e eleito pela Rede Globo de Minas como o Mineiro do Século.
Francisco Cândido Xavier desencarnou na noite do dia 30 de junho de 2002, em Uberaba (MG), aos 92 anos, quandos os brasileros comemoravam a conquista inédita da Seleção Brasileira de Futebol que sagrava-se campeã pela quinta vez.
Este era o desejo do médium:
“Quero morrer num dia em que todo o Brasil esteja feliz.” E assim foi.
Fonte: http://www.feesp.com.br/feesp/biografias/bio_franxavier.htm
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