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SONHOS...

SONHOS...
     No capítulo VIII de "O Livro dos Espíritos", questão 400 e seguintes, há minuciosa explicação sobre o atraente assunto dos sonhos, que todos frequentemente temos. E na bibliografia espírita, inclusive os romances, e talvez principalmente nestes, as explicações sobre o assunto são variadas e satisfatórias.
     É sempre bom, no entanto, insistirmos nessa meditação, visto que a prática tem demonstrado que importante intercâmbio entre os Espíritos desencarnados e os encarnados pode estabelecer-se quando dormimos e sonhamos.
     Muitos amigos, mesmo de outras localidades do Brasil, frequentemente nos participam dos sonhos que tiveram, e, pouco sabendo ainda das questões da vida espiritual, conseguintemente, da emancipação da alma, solicitam explicações precisas, que tranquilizem as suas inquietações a respeito.
     De princípio, devemos esclarecer que o melhor que todos temos a fazer para desdobrarmos essa tese e as demais que nos possam interessar, é recorrer aos livros básicos da Espiritismo para neles fazermos um estudo consciencioso. Em seguida, tomar dos demais códigos doutrinários, mas códigos legítimos, firmados pelos colaboradores de Allan Kardec, a fim de nos instruir da capacidade da alma humana e suas possibilidades. Mas, como o dever do adepto é jamais deixar passar a oportunidade de esclarecer aquele que o procura, interessado no aprendizado doutrinário, aqui trazemos a nossa contribuição para uma informação sobre os sonhos, a pedido de amável leitora de "Reformador", residente no interior do País.
     A questão 401 de "O Livro dos Espíritos", interroga:
     - "Durante o sono, a alma repousa como o corpo?"
     Resposta: - "Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço, e entra em relação mais direta com os outros Espíritos."
     A questão 402 indaga:
     - "Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono?"
     Resposta: - "Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire mais potencialidade e pode pôr-se em comunicação com os demais Espíritos, quer deste mundo quer do outro."
     Mais adiante, na mesma questão:
     - "Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos." (O parágrafo é extenso e não podemos transcrevê-lo na íntegra.)
     Não obstante, a observação e a prática dos assuntos pertinentes à personalidade humana autorizam-nos a aceitar, convictamente, o seguinte, relativamente ao sonho:
     Existem sonhos que não passam de frutos do nosso estado mental, ou nervoso, esgotado ou preocupado com afazeres e peripécias cotidianos. Outros, são reflexos, que nossa mente conserva, dos fatos comuns da vida diária, e agora repetidos como num espelho: fazemos então, durante o sono, os mesmos trabalhos a que nos habituamos durante a vigília; tornamos às mesmas conversações, discussões, etc., ou realizamos, por uma espécie de autossugestão, os desejos conservados em nosso íntimo, os quais não tivemos possibilidade de realizar objetivamente: viagens, visitas, posse de alguma coisa e, às vezes, algo nem sempre confessável. Esses sonhos são medíocres e, geralmente, se confundem com outras cenas, num embaralhamento incômodo, que bem atestam perturbações físicas: má digestão, excitação nervosa, depressão, etc. São, pois, mais reflexos da nossa vida cotidiana reagindo sobre o cérebro do que mesmo acontecimentos oriundos da verdadeira emancipação da alma. Comumente, tais sonhos acontecem durante o primeiro sono, quando as impressões adquiridas durante a agitação do dia ainda vibram em nossa organização cerebral não tranquilizada apelo repouso.
     Os verdadeiros sonhos, porém, diferem bastante dessas perturbações. É pela madrugada, quando nossas vibrações, mais tranquilizadas, adquirem força de ação, que poderemos penetrar o campo propício às atividades reais do nosso Espírito.
     Uma vez o nosso Espírito emancipado temporariamente durante o sono, partimos em busca de antigas afeições, momentaneamente esquecidas pela reencarnação, e nos deleitamos com sua convivência. Visitaremos amigos da atualidade, dos quais estávamos saudosos. Poderemos mesmo fazer novas amizades até em países estrangeiros, alargando, assim, o círculo de nossas afeições espirituais. Ao desencarnarmos, novos amigos encontraremos à nossa espera, a par dos antigos, a fim de que o amor se estabeleça em gerações humanas futuras, melhorando o estado da sociedade terrena. Poderemos trabalhar para o bem do próximo, encarnado ou desencarnado, sob a direção de mestres da Espiritualidade, ou, voluntariamente, obedecendo aos fraternos pendores que poderemos ter. Poderemos estudar e fazer verdadeiros cursos disso ou daquilo, assim armazenando preciosos cabedais morais-intelectuais nos recessos do espírito, cabedais que poderão aflorar em nossa vida de relação através da intuição, auxiliando-nos o progresso, nosso ou alheiro. Poderemos rever o próprio passado espiritual, levantando, por momentos, os véus do esquecimento para novamente vivermos cenas dos nossos dramas pretéritos, etc., etc. Mas, tais sonhos não são comuns. Trata-se mais de um transe anímico, uma crise, do que mesmo do sonho comumente compreendido. E poderemos ainda alçar-nos ao Espaço e assistir a acontecimentos, cenas, fatos pertinentes ao mundo espiritual, ou deles participar. E como o Invisível normal é parecido com a Terra, embora superior a ela e muito mais belo, julgamos mil coisas, ao despertar, sem atinarmos com a verdade. O médiuns, principalmente, logram sonhos inteligentes, de uma veracidade e precisão incomuns. São, frequentemente, revelações que recebem dos amigos espirituais, instruções ou aulas, avisos de futuros acontecimentos, planos para desempenhos melindrosos, às vezes mais tarde confirmados pelos acontecimentos. A estes poderemos denominar sonhos magnéticos, visto que são como que transes provocados pela ação sugestiva dos instrutores invisíveis, que trabalham usando como elemento o magnetismo, tal como acontece com os operadores encarnados. Nessas condições, a emancipação da alma será mais pronunciada. E há até sonhos estranhamente coloridos, frutos de uma revelação, talvez até da contemplação de fatos presenciados no Além, não obstante a Medicina qualificá-los de fantasias e alucinações, denominando-os produtos do onirismo, quando a verdade é que se trata de uma faculdade a que chamaremos mediunidade pelo sonho, sobre a qual a Bíblia tanto informa.
     Se, ao despertarmos, formos capazes de recordar tudo ou mesmo apenas fragmentos desses estados de emancipação da nossa alma, aí teremos os sonhos...
     É bom lembrar que também poderemos resvalar, durante a mesma emancipação, para ambientes sórdidos, da Terra mesma ou do Invisível, conforme o nosso estado mental, moral e vibratório, e ali convivermos numa sociedade perniciosa, absolutamente inconveniente ao nosso bem-estar moral e espiritual. Se tais arrastamentos não forem vencidos pela nossa vontade, poderemos, ao fim de algum tempo, adquirir obsessões que variam do completo domínio da nossa mente, pelos obsessores, até a aquisição de vícios e arrastamentos torpes, que nos poderão desgraçar.
     Todos esses acontecimentos deixarão atestados em nossas vibrações: ao despertarmos, estaremos tranquilos, esperançados, reanimados para o bem e para o trabalho em prol do progresso, se alçamos às regiões educativas do Invisível; ou nos sentiremos deprimidos ou irritados, angustiados e ineptos, se nos rebaixamos a convivências perniciosas dos ambientes maus. Não confundir, no entanto, estados patológicos do esgotamento físico, que também nos farão despertar, pela manhã, completamente indispostos para a boa marcha da vida, com as observações acima expostas. Outrossim, a convivência espiritual má, durante o sono, poderá arrastar-nos a depressões generalizadas, redundando em enfermidades e até em obsessão, possivelmente, em suicídio.
     Nossa personalidade é rica de poderes e possibilidades. Vale a pena, então, estudarmos a nós mesmos a fim de melhor nos conhecer, tratando de nos reeducar consoante as leis do bem e do equilíbrio moral e emocional. Oremos e vigiemos, fazendo por onde nos recomendar à assistência protetora dos Guias Espirituais, a fim de que os momentos do nosso sono se tornem em ensejos felizes para instrução, progresso, saúde e alegria para nós próprios.
 (Yvonne A. Pereira - Obra: À Luz do Consolador - edição FEB).

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