Resposta a um "argumento escatológico" no caso do espírito Samuel
Trecho do texto em http://www.apologiaespirita.org/apologia/artigos/025_Quem%20apareceu%20a%20Saul.pdf
Que por sua vez é uma resposta ao texto em http://www.cacp.org.br/quem-apareceu-a-saul/
Argumento escatológico. O pecado de Samuel tomar-se-ia mais grave ainda,
por ter ele estado no “seio de Abraão”, tendo recebido uma revelação superior
e conhecimento mais exato das coisas encobertas, e não tê-las considerado,
nem obedecido às ordens de Deus: Lc 16.27-31. Mas Samuel nunca
desobedeceu a Deus: 1 Sm 12.3,
Neste argumento escatológico, pela etimologia da palavra, recorremos
novamente ao dicionário Aurélio on-line, onde lemos: “s.f. Teologia Doutrina teológica
das últimas coisas, como o juízo final, o reino messiânico, a parusia etc., que pode ser
apresentada num contexto profético ou apocalíptico: escatologia cristã”
Os autores da obra “A Bíblia responde” tentam estabelecer que, como norma,
Samuel se manifestou após a sua morte, há um paralelo profético ao texto de Lc
16,27-31, como se houvesse, Samuel, corrompido uma determinação do Eterno de
que era impossível se manifestar um espírito aos vivos, e neste caso a Saul. Vejamos
o texto em lide.
Lc 16,19-31: “Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino, e
dava banquete todos os dias. E um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas,
que estava caído à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que
caíam da mesa do rico. E ainda vinham os cachorros lamber-lhe as feridas.
Aconteceu que o pobre morreu, e os anjos o levaram para junto de Abraão.
Morreu também o rico, e foi enterrado. No inferno, em meio aos tormentos, o
rico levantou os olhos, e viu de longe Abraão, com Lázaro a seu lado. Então o
rico gritou: 'Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do
dedo para me refrescar a língua, porque este fogo me atormenta'. Mas Abraão
respondeu: 'Lembre-se, filho: você recebeu seus bens durante a vida, enquanto
Lázaro recebeu males. Agora, porém, ele encontra consolo aqui, e você é
atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que
alguém desejasse, nunca poderia passar daqui para junto de vocês, nem os
daí poderiam atravessar até nós'. O rico insistiu: 'Pai, eu te suplico, manda
Lázaro à casa de meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Manda prevenilos,
para que não acabem também eles vindo para este lugar de
tormento'. Mas Abraão respondeu: 'Eles têm Moisés e os profetas: que os
escutem!' O rico insistiu: 'Não, pai Abraão! Se um dos mortos for até eles,
eles vão se converter'. Mas Abraão lhe disse: 'Se eles não escutam a
Moisés e aos profetas, mesmo que um dos mortos ressuscite, eles não
ficarão convencidos'". (grifo nosso).
A parte que destacamos, vem a corroborar, em conformidade com o texto as
conclusões que chegamos é que, assim como Paulo Neto em seu texto “Saul não
consultou feiticeira nem bruxa coisa alguma!”, p. 43-44 nos esclarece:
“se o rico pediu
a Abraão para mandar Lázaro avisar a seus irmãos, se acreditava na comunicação
com os mortos. Essa possibilidade poder-se-á ver também na resposta de Abraão,
que não contestou isso, apenas disse que seria muito difícil que dessem ouvidos aos
mortos, uma vez que não deram ouvidos nem aos vivos, aqueles que falavam em
nome de Deus. Não podemos deixar de registrar que é exatamente isso que está
ocorrendo, em nossos dias, ou seja, os mortos estão voltando para dar conselhos aos
vivos e eles, ou pelo menos a maioria deles, não dão ouvidos aos que se “levantam da
tumba” para ajudar os que estão na retaguarda. Devido a explicações equivocadas
não podemos deixar de falar que o ‘há um grande abismo entre nós’ está relacionado
ao plano espiritual, onde o progresso de cada espírito os coloca em lugares diferentes,
e não, como se vê às vezes, um abismo entre o plano espiritual e o físico, como sendo
o motivo pelo qual os ‘mortos’ não podem se comunicar com os ‘vivos’”.
Percebemos que ao citarem a passagem de Lc 16,19-31, tenta-se passar a
impressão que o abismo é entre o plano espiritual e o físico, fato este que, após um
exame, vê-se não se tratar disso, mas como o Paulo Neto mesmo esclarece o abismo
existente no plano espiritual, ofertando-nos a certeza de que existem diversos degraus
evolutivos espirituais e condições da vida após a vida. Passemos, porquanto ao quinto
item.
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