O ambiente modernista foi construído por vários cenários e artistas.
A música moderna brasileira iniciou-se com a obra nacionalista de Heitor Villa-Lobos (1887-1959). Quando jovem, viajou o Brasil para conhecer e pesquisar seus diversos ritmos. Incorporou em suas obras elementos do folclore, das melodias indígenas, das músicas populares e a sonoridade dos pássaros e da realidade brasileira. Foi reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho.
Em 1931, Lúcio Costa (1902-1998), arquiteto, totalmente imbuído do espírito moderno, dirige a Escola Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro, que abre um espaço dedicado aos artistas modernos.
A Revista O Cruzeiro, que tinha sido lançada em 1928, alcança grande popularidade e projeta diversos caricaturistas e cartunistas, como Péricles, com seu Amigo da Onça.
Na pintura, o modernismo, inicialmente, assume um figurativismo com características mais expressionistas, temas regionais e preocupação social. Destacam-se pintores que estiveram na Europa e trouxeram influências da arte que se fazia lá, como Cândido Portinari, Osvaldo Goeldi, Ismael Nery e Alberto da Veiga Guinard.
Cândido Portinari (1903-1962) nascido em Brodósqui, interior do Estado de São Paulo, passou a juventude no Rio. Premiado com uma viagem à Europa, em 1928, tem contato cm os modernistas europeus, dos quais recebe profunda influência, como é o caso do espanhol Pablo Picasso. Sua pintura, inicialmente tradicional, modifica-se, passando por diversas fases. Seu trabalho inicial foi perdendo o traço de fidelidade à realidade para adquirir, pela distorção do desenho, maior expressividade e comunicação imediata com a sensibilidade. O tema dos seus quadros propunha denunciar as desigualdades da sociedade brasileira e as consequências desse desequilíbrio. Ele também pintou ciclos econômicos brasileiros, tipos regionais, temas bíblicos, retirantes, imigrantes, assuntos históricos, cenas com crianças, dentre outros, realizados em quadros e em grandes murais, como o painel A Guerra e a Paz, pintado em 1957 para a sede da ONU.
Oswaldo Goeldi (1895-1961) do seu trabalho destacam-se a xilogravura, a litografia, o desenho e a aquarela. Sua obra retrata de forma crítica os aspectos da injustiça social do Brasil, como a morte, a pobreza, os subúrbios e a solidão.
Ismael Nery (1900-1934) foi um dos nossos primeiros e mais representativos pintores ligados ao surrealismo. Em sua obra sobressai a presença da imaginação criativa.
Alberto da Veiga Guinardi (1896-1962), depois de estudar na Europa, volt ao Brasil em 1929, influenciado por Cézanne, Matisse e pelos pintores surrealistas que lá conheceu. Convidado por Jucelino Kubitschek, Guinardi vai para Belo Horizonte, onde produz significativa obra focalizando as paisagens de Minas Gerais.
Os artistas começam a se reunir por afinidades estéticas em grupos e associações. Assim, organizam salões e exposições.
A pintura feita ao ar livre, no Rio de Janeiro, com trabalhos que retratam os subúrbios e as paisagens litorâneas, dá origem ao Núcleo Bernardelli.
Em São Paulo, Lasar Segall lidera a Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam), e Flávio de Carvalho (1899-1973) é o principal nome do Clube dos Artistas Modernos (CAM).
Artistas vindos da classe operária, que têm como temas principais a paisagem, a natureza-morta, os casarios populares, as festas e as quermesses, se reúnem Grupo Santa Helena. Como Alfredo Volpi, Francisco Rebolo e Clóvis Graciano, entre outros.
São criados também o Salão de Maio e a Família Artística, que revelam Lívio Abramo e Carlos Scilar.
Desse modo, artistas do Brasil todo começam a ter projeção nacional. Destacamos Djanira, de São Paulo, Glênio Bianchetti, do Rio Grande do Sul, Francisco Brennand, de Permambuco, Aldemir Martins, do Ceará.
Aparecerem os artistas populares, que não têm formação acadêmica e não vêm das elites, são os chamados artistas Naïf ou Primitivistas.
No fim da primeira metade do século 20 vários acontecimentos importantes marcam a entrada do Brasil no circuito internacional das artes. Em 1947, Assis Chateaubriand funda o Museu de Arte de São Paulo (Masp). O Museu de Arte Moderna de são Paulo (MAM-SP) é fundado, em 1948, por Francisco Matarazzo Sobrinho. Logo em seguida é criado o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ). Em 1951, realiza-se a primeira Bienal Internacional de São Paulo, marcando a presença do abstracionismo na pintura e escultura do Brasil.
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