Resposta aos questionamentos no site católico ttp://www.programafalandodefe.com.br/2010/perguntas-de-um-cristao-aos-espiritas
Como sempre, em vermelho os questionamentos, seguidos de minha resposta:
1. Você não acha que se houver explicação científica para um fenômeno, fica-se descartada uma explicação espiritualista, principalmente para os espíritas que se dizem cientificistas? Se o é, por que os espíritas querem explicar espiritualmente fenômenos explicáveis pela ciência? Se não o é, como os espíritas pretendem nos convencer de que suas teorias são científicas?
Sem exemplificar quais fenômenos "explicáveis pela ciência" e que explicamos "espiritualmente" são esses, impossível responder a essa pergunta.
2. O Espiritismo afirma que para agir na matéria, o espírito desencarnado precisa do vivo, do médium. Esquecem eles que o vivo também é matéria. Ora, se para agir na matéria, o espírito precisa do médium, e para agir no médium, que também é matéria, ele precisará de quê?
Pergunta também sem sentido. Para agir no médium, usa da mediunidade do próprio médium(que óbvio!). Para agir na matéria, o espírito precisa de um médium de efeitos físicos.
3. Se ressurreição é o nome bíblico para reencarnação, como diz o “Evangelho segundo o Espiritismo”, por que ao falar de ressurreição as Escrituras deixam claríssimo que a pessoa que voltou à vida, voltou no mesmo corpo que morrera? Isso, por acaso, assemelha-se ao que os espíritas chamam de reencarnação?
Que fique claro que Kardec não disse que Lázaro "reencarnou" ou que Jesus "reencarnou". Mesmo esses dois casos são distintos, pois Lázaro, que foi salvo por Jesus de uma doença (a catalepsia), não apareceu com o "corpo glorioso" de Jesus, que se manifestou após o desencarne, como um espírito materializado. Foi a ressurreição espiritual:"Porquanto, quando ressuscitarem dentre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como os anjos que estão nos céus." (Marcos 12:25) Serão como anjos, ou seja, espíritos de luz e não carne e sangue como Lázaro.
E há outro sentido para "ressurreição" que só pode ser entendido como reencarnação.
É sabido que a crença dos hebreus no início era o “Sheol", o mundo dos mortos abaixo da Terra. A idéia da ressurreição na doutrina judaica e cristã como conhecemos começou quando os judeus foram capturados em Israel e levados para o exílio babilônico. Mais tarde, em 539 AC, Babilônia foi conquistada pelos persas, que impuseram ao império babilônico derrotado uma teocracia do Zoroastrismo. Foi aí, então, que a religião do Zoroastrismo com sua doutrina de ressurreição começou a exercer uma tremenda influência no Judaísmo. O Cristianismo, por sua vez, herdou o conceito de ressurreição do Judaísmo. De fato, é o Zoroastrismo a origem da ressurreição, a crença nos anjos(incluindo Satanás, como o anjo caído e rival de Deus) , o Juízo Final e outros conceitos.
Os hebreus depois passaram a viver em uma mistura de crenças. Conceitos gregos e neo-platônicos de reencarnação, ressurreição persa, velhas idéias hebraicas de "Sheol", várias outras religiões e filosofias co-existiam entre os judeus naqueles tempos.
No tempo do Cristo havia profecias sobre a volta dos profetas, como Elias, e isso não poderia ser dentro do conceito de ressurreição que eles adquiriram dos Persas, pois, observe o detalhe importante: naquele conceito, os mortos se levantarão somente no Juízo final.
Quando Jesus perguntou a seus discípulos o que diziam dele no povo, eles responderam: "Uns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros Jeremias, ou qualquer um dos antigos profetas que vieram ao mundo." Os pais de Jesus eram conhecidos, portanto não poderia ser de uma ressurreição da carne que eles falavam. A reencarnação era uma crença conhecida, se fosse uma heresia, obra de “Satanás”, como muitos dizem, então Jesus com certeza os criticaria de cara por cogitarem disso. Mas apenas perguntou: “E vós, quem acreditam que sou?". Em João 1:21 também perguntam a João Batista se ele era Elias. Além de Jesus e João não serem homens que levantaram dos túmulos, tem outra coisa que torno a repetir: a idéia inicial de ressurreição dos judeus, copiada do Zoroastrismo persa, seria apenas no juízo final, para a eternidade, e não para habitar a Terra. Mas aqui nesse caso de "ressurreição" já havia a influência dos gregos, que acreditavam na reencarnação..
Os hebreus acreditavam que o retorno de Elias sobre a Terra devia preceder o do Messias. Isto porque, no Evangelho, quando seus discípulos perguntaram a Jesus se Elias voltaria, ele respondeu afirmativamente dizendo: "Elias já veio e não o reconheceram, mas eles lhe tem feito tudo o que havia sido predito." E seus discípulos compreenderam, diz o Evangelista, que era de João que lhes falava, provando que eles conheciam a idéia da reencarnação e Jesus, que conhecia o pensamento íntimo de cada um, não negou a idéia.
E há outro sentido para "ressurreição" que só pode ser entendido como reencarnação.
É sabido que a crença dos hebreus no início era o “Sheol", o mundo dos mortos abaixo da Terra. A idéia da ressurreição na doutrina judaica e cristã como conhecemos começou quando os judeus foram capturados em Israel e levados para o exílio babilônico. Mais tarde, em 539 AC, Babilônia foi conquistada pelos persas, que impuseram ao império babilônico derrotado uma teocracia do Zoroastrismo. Foi aí, então, que a religião do Zoroastrismo com sua doutrina de ressurreição começou a exercer uma tremenda influência no Judaísmo. O Cristianismo, por sua vez, herdou o conceito de ressurreição do Judaísmo. De fato, é o Zoroastrismo a origem da ressurreição, a crença nos anjos(incluindo Satanás, como o anjo caído e rival de Deus) , o Juízo Final e outros conceitos.
Os hebreus depois passaram a viver em uma mistura de crenças. Conceitos gregos e neo-platônicos de reencarnação, ressurreição persa, velhas idéias hebraicas de "Sheol", várias outras religiões e filosofias co-existiam entre os judeus naqueles tempos.
No tempo do Cristo havia profecias sobre a volta dos profetas, como Elias, e isso não poderia ser dentro do conceito de ressurreição que eles adquiriram dos Persas, pois, observe o detalhe importante: naquele conceito, os mortos se levantarão somente no Juízo final.
Quando Jesus perguntou a seus discípulos o que diziam dele no povo, eles responderam: "Uns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros Jeremias, ou qualquer um dos antigos profetas que vieram ao mundo." Os pais de Jesus eram conhecidos, portanto não poderia ser de uma ressurreição da carne que eles falavam. A reencarnação era uma crença conhecida, se fosse uma heresia, obra de “Satanás”, como muitos dizem, então Jesus com certeza os criticaria de cara por cogitarem disso. Mas apenas perguntou: “E vós, quem acreditam que sou?". Em João 1:21 também perguntam a João Batista se ele era Elias. Além de Jesus e João não serem homens que levantaram dos túmulos, tem outra coisa que torno a repetir: a idéia inicial de ressurreição dos judeus, copiada do Zoroastrismo persa, seria apenas no juízo final, para a eternidade, e não para habitar a Terra. Mas aqui nesse caso de "ressurreição" já havia a influência dos gregos, que acreditavam na reencarnação..
Os hebreus acreditavam que o retorno de Elias sobre a Terra devia preceder o do Messias. Isto porque, no Evangelho, quando seus discípulos perguntaram a Jesus se Elias voltaria, ele respondeu afirmativamente dizendo: "Elias já veio e não o reconheceram, mas eles lhe tem feito tudo o que havia sido predito." E seus discípulos compreenderam, diz o Evangelista, que era de João que lhes falava, provando que eles conheciam a idéia da reencarnação e Jesus, que conhecia o pensamento íntimo de cada um, não negou a idéia.
4. Os espíritas alegam, para defender a doutrina reencarnacionista, que Deus nos criou todos iguais, senão seria injustiça divina. Ora, por que seria injustiça de Deus nos criar diferentes uns dos outros? Então, é injustiça ele ter dado inteligência apenas aos humanos e não aos outros animais? Além disso, por que ele criou os anjos que também são diferentes de nós? Se ele pôde criar-nos superiores aos outros animais sem praticar injustiça, e também pôde criar os anjos superiores a nós sem também praticá-la, por que, então, só seria injusto se nos fizesse diferentes?
Se Deus tivesse criado os anjos como seres perfeitos, seria de fato injusto. Mas esse pode ser o entendimento católico, e não o dos espíritas. Para nós, anjos são espíritos que, como todos nós, foram criados simples e ignorantes, e que tornaram-se espíritos puros.
Quanto aos animais, também são seres em evolução, como todos nós.
5. Por que os fenômenos espíritas nas chamadas “casas mal-assombradas”, por exemplo, são solucionados apenas quando se afastam da casa o doente causador? Não dá para se concluir que na realidade se trata de fenômeno produzido pelo próprio vivo?
O Espiritismo não descarta também alguns fenômenos anímicos, ou seja, a ação do próprio espírito do médium e não a ação de um desencarnado. Mas também no caso de uma ação de um desencarnado, é preciso um médium . Se você afasta o médium, não há mesmo como haver fenômenos. No caso dos efeitos físicos, mesmo inconscientemente o médium está cedendo energia para que o fenômeno ocorra.
É possível um espírito encarnado mover objetos(telecinesia). Mas certas manifestações inteligentes não poderiam jamais vir de um encarnado. Quando ocorrem sinais por meio de pancadas, formando palavras e frases inteligentes, mediante código estabelecido entre os vivos e os mortos, como nas mesas girantes, fenômeno que levou Kardec a estudar os fenômenos mediúnicos, não se pode explicar como sendo de uma pessoa na casa, como um adolescente problemático, devido a respostas de forma que nem passavam pela cabeça dos presentes.
6. Segundo os reencarnacionistas, nós reencarnamos para pagar pecados passados. Ora, se isso é verdade, por que não lembramos que pecados precisamente estamos pagando? O raciocínio lógico mais elementar não exige que para aprendermos com um erro, é necessário que lembremos dele e que isso vale tanto para humanos quanto para animais? Que aprendizado gera, então, essa tal de reencarnação? Se ela leva ao aperfeiçoamento a pessoa que reencarnou, como ocorre, então, esse aperfeiçoamento, se não sabemos em que precisamos melhorar?
Inimigos do passado costumam conviver conosco novamente, até na própria família. Já pensou como seria reconhecer em seu filho o seu assassino? Ou, ainda, já pensou como seria penoso viver sabendo dos erros que você cometeu em vidas passadas? Não seria terrível conviver com isso? Quantas besteiras que fizemos nesta vida e gostaríamos de esquecer! E, se você foi um assassino, teria que viver sabendo que, seguindo a lei de causa e efeito, pode de uma hora pra outra vir a ter uma morte violenta. E o Espírito recebe em cada nova encarnação as mesmas provas em que falhou no passado, e, se conservasse a consciência do fato, isso cercearia o seu livre-arbítrio. Mas a existência verdadeira é a espiritual e nesta o indivíduo conhece todas as causas e todas as conseqüências, sabendo com segurança as razões das provas por que passou.
Em "Cartas a um Discípulo", Gandhi diz: "Não conservar a memória das reencarnações anteriores é sinal da bondade da natureza para conosco. Que bem receberíamos por conhecer os particulares dos inúmeros nascimentos que já tivemos? Se fôssemos obrigados a suportar tão terrível carga de memória ao longo do nosso caminho, a vida se tornaria um fardo muito pesado".
7. Ainda: Não acha que o espírito deveria conservar sem dificuldade a recordação daquilo que já conhecia desde encarnações anteriores, e isso independente do corpo? Talvez respondam que as imperfeições do corpo impedem essas recordações. No entanto, perguntamos ainda: se os espíritos não têm nenhuma dificuldade de recordar o passado por meio do médium, por que, então, essa estranha dificuldade de relembrar no seu próprio corpo, que lhe é muito mais íntimo?
Pergunta também difícil de compreender. Se fala sobre lembranças de um espírito encarnado, o motivo de não lembrar já foi dito. Se é sobre um desencarnado, quem disse que há problemas em lembrar como foi seu corpo?
8. Se o pré-requisito para que alguém reencarne é a desencarnação (ou seja, ninguém reencarna se antes não morrer), como João Batista pode ser Elias reencarnado, como afirmam os espíritas, se Elias nem sequer desencarnou, isto é, não morreu (2 Rs 2,11)?
2 Rs 2,11 diz que ele foi levado aos céus por um redemoinho. Não explica se foi acidente, nave espacial ou qualquer outra coisa que Elizeu tenha visto. Mas não diz que ele não morreu. Muito menos que ainda estivesse vivo nos tempos do Cristo. Cada um acredita no que quiser, mas onde estaria Elias até aquele tempo? Em outro planeta? E como fazia para respirar? E o que o manteve vivo durante esse tempo?
9. Por que os espíritas citam 1 Sm 28, 5-25, querendo provar na Bíblia a comunicação dos espíritos, mas se esquecem de citar 1 Cron 10, 13, que afirma, claramente, que Saul foi punido por ter feito essa tentativa?
Primeiro que o texto deixa claro que ele comunicou-se. Não fala em "tentativa"; Em segundo lugar, I Cron 10:13 fala que Saul consultou uma necromante. A necromancia é uma forma de adivinhação através de mortos, com uso de ossos humanos ou de animais. Espíritas não usam ossos e não evocam para fins de adivinhação, como, no caso, para saber o futuro na guerra contra seus inimigos. Por fim, digo que citamos tal episódio porque serve como prova bíblica da comunicação com mortos, mesmo que os fins não fossem os adequados.
10. Se os espíritas não confiam na Bíblia, como muitos deles próprios admitem não confiar, por que, então, vão procurar nela apoio para suas crenças? Ou será que a Bíblia só é confiável quando parece favorecer o Espiritismo? Aliás, qual é a base espírita para acatar certos trechos bíblicos e rejeitar outros?
Não acreditarmos que a Bíblia é palavra de Deus, perfeita e infalível, mas podemos usá-la como livro histórico, principalmente quando dialogamos com católicos e evangélicos, para quem só serve a Bíblia. .
11. O Espiritismo tem dogmas? Se não tem, a “Reencarnação” e a “Comunicação dos espíritos” ou qualquer outra doutrina espírita pode ser questionada? Além disso, por que o Espiritismo garante que suas doutrinas estão absolutamente corretas? Tal certeza não dogmatiza suas crenças?
A certeza vem de cada indivíduo com o estudo da Doutrina e com o uso da razão. Não é imposto nada. Muito menos há uma regra de fé como é a Trindade e a Ressurreição, que deve ser aceita sem questionar com a ameaça de ir para o inferno e perder de vez a salvação.
12. Se a reencarnação fosse verdadeira, com o passar dos tempos haveria necessariamente uma diminuição da humanidade, já que ao se aperfeiçoar, as pessoas deixariam de se reencarnar. Estaria a humanidade caminhando para a extinção? Além disso, por que, ao contrário, a humanidade está crescendo quantitativamente?
Porque a criação de Deus é incessante. Novos espíritos são criados, há filas de espíritos querendo voltar a esse mundo, e a Terra não é o único mundo habitado.
13. Se o homem encarna para pagar pecados de uma vida anterior, por que, então, ele encarnou pela primeira vez? Qual é o motivo da primeira encarnação de um espírito?
Já dito que não é para pagar pecados, mas para evoluir sempre até sermos "anjos".
14. Existem espíritos bons e maus espíritos ou todos são bons? Se existem bons e maus espíritos, e o próprio Kardec o admitiu, perguntamos: Se aqui no mundo já é complicado se conhecer a honestidade das pessoas, como é que saberemos distinguir os bons dos maus espíritos? Como saberemos que não estamos sendo enganados por um espírito? Como saberemos que o espírito com quem nos comunicamos é mesmo quem ele diz ser? Se responderem que reconhecemos os bons espíritos por sua linguagem nobre, e digna, perguntamos ainda: Mas os velhacos deste mundo não se apresentam justamente com aparência e linguagem fingidamente nobre? Por que o mesmo não pode ocorrer com os espíritos? E o pior: Se um espírito velhaco pode me enganar, o que dizer do médium, que também pode ser um charlatão? Como posso confiar nos espíritos e nos médiuns se posso me tornar vítima de charlatões? Não é isso confiar demais em algo não plenamente sustentável? Não acha que a base dessa doutrina da comunicação dos espíritos carece da firmeza necessária para fundamentar uma religião que se preze?
No nosso dia a dia, continuará sendo complicado confiar na honestidade das pessoas, seja os médiuns ou os espíritos, porque espíritos são também pessoas e não deuses ou demônios com mensagens uniformes.
Para fundamentar a Doutrina, Kardec fez uso do controle universal dos Espíritos:
:
"O primeiro controle é, sem sombra de dúvida, o da razão, à qual é preciso submeter, sem exceção, tudo quanto vem dos Espíritos. Toda teoria em manifesta contradição com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possuem, por mais respeitável que seja a sua assinatura, deve ser rejeitada. Mas esse controle é incompleto em muitos casos, por força da insuficiência das luzes de certas pessoas e da tendência de muitos a tomar seu próprio julgamento por único árbitro da verdade. Em tal caso, que fazem os homens que não tem absoluta confiança em si próprios? Seguem a opinião do maior número e a opinião da maioria é o seu guia. Assim deve ser a respeito do ensino dos Espíritos, que nos fornecem, eles próprios, os seus meios.
A concordância no ensino dos Espíritos é, pois, o melhor controle, mas ainda é preciso que ocorra em certas condições. A menos segura de todas é quando um médium interroga, ele próprio, a vários Espíritos sobre um ponto duvidoso. É evidente que se estiver sob o império de uma obsessão e se tratar com um Espírito enganador, este lhe pode dizer a mesma coisa com nomes diversos. Também não há garantia suficiente na conformidade obtida pelo médiuns de um mesmo centro, pois podem sofrer a mesma influência. A única séria garantia está na concordância que exista entre as revelações espontâneas, feitas por grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em diversas regiões. Compreende-se que aqui não se trata de comunicações relativas a interesses secundários, mas do que se liga aos princípios da mesmos da doutrina.Prova a experiência que quando um princípio novo deve ter a sua solução, é ensinado espontaneamente em diversos ponto ao mesmo tempo e de maneira, senão na forma, ao menos no fundo. Se, pois, a um Espírito agrada formular um sistema excêntrico, baseado em suas próprias idéias e fora da verdade, podemos estar certos que o sistema ficará circunscrito e cairá ante a humanidade das instruções dadas por toda a parte, como já houve vários exemplos. É essa unanimidade que faz caírem todos os sistemas parciais, nascidos na origem do Espiritismo, quando cada um explicava os fenômenos à sua maneira e antes que fossem conhecidas as leis que regem as relações entre o mundo visível e o invisível.
Tal a base em que nos apoiamos quando formulamos um princípio da doutrina. Não o damos como verdadeiro por ser conforme as nossas idéias; não nos colocamos absolutamente como árbitro supremo da verdade e a ninguém dizemos: "Crede nisto porque o dizemos". Nossa opinião, aos nossos olhos, não passa de opinião pessoal, que pode ser justa ou falsa, desde que não somos mais infalível que qualquer outro. Também não é porque um princípio nos é ensinado que para nós é a verdade, mas porque recebeu a sanção da concordância.
Esse controle universal é uma garantia para a futura unidade do Espiritismo e anulará todas as teorias contraditórias. É aí que, no futuro, será procurado o critério da verdade. O que fez o sucesso da doutrina formulada no Livro dos Espíritos e no Livro dos Médiuns é que por toda parte cada um pode receber dos Espíritos, diretamente, a confirmação do que eles encerram. Se, de todos os lados, os Espíritos tivessem vindo contradize-los, de há muito esses livros teriam tido a sorte de todas as concepções fantásticas. O próprio apoio da imprensa não os teria salvo do naufrágio, ao passo que, privados desse apoio, nem por isto deixaram de fazer um caminho rápido, porque tiveram o dos Espíritos, cuja boa vontade compensou com sobra a má vontade dos homens. Assim será com todas as idéias emanadas dos Espíritos ou dos homens que não puderem suportar a prova do controle, cujo poder ninguém poderá contestar.
Suponhamos, pois, que apraza a certos Espíritos ditar, sob um título qualquer, um livro em sentido contrário. Suponhamos mesmo que, numa intenção hostil, e visando desacreditar a doutrina, a malevolência suscitasse comunicações apócrifas. Que influência poderiam ter esses escritos, se são desmentidos de todos os lados pelos Espíritos? É da adesão destes últimos que seria necessário assegurar-se, antes de lançar um sistema em seu nome. Do sistema de um só ao de todos há uma distância da unidade ao infinito. Que podem mesmo todos os argumentos dos detratores sobre a opinião das massas, quando milhão de vozes amigas, partidas do espaço, vem de todos os pontos do globo e no seio de cada família, os bater na brecha? Sob esse ponto a experiência já não confirmou a teoria? Em que se tornaram todas as publicações que se diziam vir aniquilar o Espiritismo? Qual a que lhe deteve a marcha? Até hoje a questão não tinha sido encarada sob este ponto de vista, sem dúvida um dos mais sérios. Cada um contou consigo, mas não com os Espíritos.
Ressalta de tudo isto uma verdade capital: é que quem quer que quisesse atravessar-se contra a corrente das idéias estabelecidas e sancionadas, poderia bem causar uma pequena perturbação local e momentânea, mas nunca dominar o conjunto, mesmo no presente e, ainda menos, no futuro.
Ressalta, ainda, que as instruções dadas pelos Espíritos sobre pontos da doutrina ainda não elucidados, não poderia constituir lei, enquanto ficassem isoladas. Consequentemente, não devem ser aceitas senão com todas as reservas e a título de informação.
Daí a necessidade de dar à sua publicação a maior prudência. E, no caso se julgasse dever publicá-las, importa não as apresentar senão como opiniões individuais, mais ou menos prováveis, mas tendo, em todo o caso, necessidade de confirmação. É essa confirmação que se deve esperar, antes de apresentar um princípio como verdade absoluta, se não quiser ser acusado de leviandade ou de irrefletida credulidade
Em suas revelações, os Espíritos superiores procedem com extrema sabedoria. Só gradativamente abordam as grandes questões da doutrina, à medida que a inteligência se torna apta a compreender verdades de uma ordem mais elevada, e que circunstâncias propícias para a emissão de uma idéia nova. Eis porque, desde o começo, não disseram tudo e ainda hoje não o disseram, jamais cedendo à impaciência de criaturas muito apressadas, que querem colher os frutos antes de sua maturidade. Seria, pois, supérfluo querer precipitar o tempo marcado a cada coisa pela Providência, porque então os Espíritos realmente sérios positivamente recusam o seu concurso; mas os Espíritos levianos, pouco se incomodando com a verdade, a tudo respondem. É por isso que, sobre todas as questões prematuras, sempre há respostas contraditórias.Os princípios acima não são fruto de uma teoria pessoal, mas a conseqüência forçosa das condições em que se manifestam os Espíritos. É evidente que se um Espírito diz uma coisa de um lado, enquanto milhões dizem o contrário alhures, a presunção de verdade não pode estar com aquele que é o único ou mais ou menos de sua opinião. Ora, pretender ser o único a ter razão contra todos seria tão ilógico da parte de um Espírito quanto da parte de um homem. Os Espíritos verdadeiramente sábios, se não se sentem suficientemente esclarecidos sobre uma questão, jamais a resolvem de maneira absoluta. Declaram não a tratar senão de seu ponto de vista, e aconselham mesmo a esperar-se a sua confirmação.
Por mais bela, justa e grande que seja uma idéia, é impossível que, desde o começo, alie todas as opiniões. Os conflitos daí resultantes são conseqüência inevitável do movimento que se opera. São mesmo necessários para melhor destacar a verdade, e é útil que ocorram no começo, para que as idéias falsas sejam mais prontamente desgastadas. Os espíritas que concebessem alguns temores devem, pois, ficar perfeitamente seguros. Todas as pretensões isoladas cairão pela força das coisas, ante o grande e poderoso critérium de controle universal. Não é à opinião de um homem que se aliarão, é a voz unânime dos Espíritos. Não é um homem, nem nós mais que outro, que fundará a ortodoxia espírita; também não é um Espírito vindo impor-se a quem quer que seja: é a universalidade dos Espíritos, comunicando-se em toda a terra, por ordem de Deus. Aí está o caráter essencial da doutrina espírita. Aí está a sua força e a sua autoridade. Deus quis que a sua lei se assentasse numa base inabalável, e, por isso, não a assentou sobre a cabeça frágil de um só.
É perante esse poderoso areópago, que nem conhece grupelhos, nem as rivalidades invejosas, nem seitas ou nações, que virão quebrar-se todas as oposições, todas as ambições, todas as pretensões à supremacia individual; que nós mesmos nos quebraríamos se quiséssemos substituir os seus soberanos desígnios por nossas próprias idéias; ele é o único que resolverá todas as questões litigiosas, que fará calarem-se as dissidências e dará ou não razão a quem de direito. Ante esse imponente acordo de todas as vozes do céu, que pode a opinião de um homem ou de um Espírito? Menos que a gota d’água que se perde no oceano, menos que a voz da criança, abafada pela tempestade.
A opinião universal, eis, então, o juiz supremo, o que se pronuncia em última instância. Ela se forma de todas as opiniões individuais. Se uma delas for verdadeira, terá apenas o seu peso relativo na balança. Se for falsa, não pode triunfar sobre todas as outras. Neste imenso concurso os indivíduos se apagam, e aí está um novo cheque para o orgulho humano.
Esse conjunto harmonioso já se desenha. Ora, este século não passará sem que resplandeça em todo o seu brilho, de maneira a fixar todas as incertezas. Porque, daqui para a frente vozes poderosas terão recebido a missão de se fazer ouvir para aliar os homens sob a mesma bandeira, desde que o campo seja suficientemente trabalhado. Enquanto espera, aquele que flutuasse entre dois sistemas opostos, pode observar em que sentido se forma a opinião geral; é o índice certo do sentido no qual se pronuncia a maioria dos Espíritos sobre os diversos pontos em que se comunicam. É um sinal não menos certo de qual dos dois sistemas triunfará."
(Allan Kardec, Revista Espírita, abril de 1864)
15. Por que as pessoas que dizem lembrar de suas supostas “encarnações” anteriores só dizem que foram reis, rainhas, pessoas famosas... (já ouvimos falar numas cinco ou seis Cléopatras!), mas nunca foram um Zé ninguém? Isso não é, na verdade, um mero reflexo do eterno orgulho humano que só quer ser alguém importante?
Isso não é verdade. O Espiritismo nem recomenda que se busque descobrir quem você foi numa outra vida
Muito pouca gente tem essas lembranças,e em todos os casos que vi, seja com crianças com lembranças espontâneas ou em trabalho de regressão de memória, eram pessoas comuns.
16. Kardec Afirmou que durante o sono nosso espírito sai para conversar com o espírito dos nossos amigos e parentes. Mas se isso é verdade, como posso me certificar disso? Kardec afirmou ainda que a grande prova disso são os frequentes sonhos com amigos e parentes que temos quase todas as noites. Porém, perguntamos: Mas se há mesmo essa comunicação nos sonhos, por que as pessoas com quem sonhamos não se lembram de nada, e o pior, por que às vezes até sonham diferentes de nós? Não acha que se isso fosse verdade, deveria haver coincidência dos sonhos das pessoas envolvidas?
Eu já sonhei com amigos quando criança e todos tiveram o mesmo sonho. Mas também nem todo sonho é desdobramento, e também não são todos que conseguem lembrar.
17. Por que nunca se verificou nenhum fenômeno de efeito físico ou “poltergeist” numa casa desocupada? Por que sempre se exige a presença do vivo e no máximo a 50m de distância?
Pergunta idêntica a 5.
18. Por que os espíritas anglossaxões não creem na reencarnação, e para isso apelam para a autoridade dos espíritos, ou seja, dizem que não creem porque os espíritos lhes disseram que reencarnação não existe? Há espírito aí querendo nos enganar? Releia a pergunta de nº 14.
Quanto a isso,
leia: http://espiritismoehcristao.blogspot.com.br/2015/01/reencarnacao-posicao-oficial-britanica.html
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