PORQUE ACREDITO NA REENCARNAÇÃO
Nasci e fui criada por família católica, em colégio de freiras, confessando todos os sábados e comungando aos domingos. Até certa época de minha vida, não perdia missa;mas, devo confessar, que sempre questionei, e muito, os dogmas da Igreja Católica. Meu espírito rebelde não podia aceitar o fato de eu ter que confessar meus pecados a um homem que, talvez, tivesse pecados muito maiores do que os meus, que por vezes eram 'inventados', a fim de não passar pelo confessionário sem ter o que dizer. Eu estava, então, no início de minha adolescência, quando anunciei a meus pais que não queria mais ir à missa. Minha mãe era muito "light" neste assunto: ela mesma não era o que se possa chamar de uma católica praticante. Mas, para meu pai, esta minha decisão foi decepcionante, já que ele era o típico católico apostólico que não perdia missa por nada deste mundo e que colocava os dogmas de sua Igreja como verdades incontestáveis. A partir de então, comecei minha busca. Primeiro, fui à Seicho-no-ie. Gostei, mas não para adotar seus princípios no meu di-a-dia. Não era o que eu buscava. Parti, então, para uma busca através de livros. Comprei até livros de psicologia, parapsicologia, entre outros. Vivia uma época em que começava a explosão de livros esotéricos, místicos e congêneres. Comprei de tudo. De Lobsang Rampa a H.Blavatsky, passando pela maioria dos escritores da Teosofia, indo para relatos de médicos que pesquisavam esta área, tipo dr. Ian Stevenson, com seu clássico "Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação". Daí, parti para Allan Kardec. Dos livros da codificação, passando pelos do Chico Xavier à casa espírita, foi um pulo. Encontrei respostas lógicas, repletas de bom senso, para todas minhas dúvidas.
Passei a estudar a Bíblia com atenção, já sob a luz dos novos ensinamentos. Antes, eu não tinha a mínima paciência para ler os versículos que as freiras mandavam nas aulas de religião do colégio. Agora, se abria diante de mim, um novo entendimento, a partir de um novo enfoque: o da fé raciocinada.Já não era obrigada a crer que "Jesus subiu aos céus em corpo". A Ressurreição, para mim, parou de afrontar as leis da física, passando a significar "renascer na carne". A própria Bíblia, apenar das inúmeras manipulações que sofreu no decorrer dos séculos, manteve, sem que percebessem, passagens relativas a ela.
. Parei de ter que acreditar que uma virgem gerasse uma criança.E passei a compreender por que algumas pessoas nascem doentes, feias e pobres, ao passo que outras, lindas, ricas e saudáveis. Aí, então, Deus passou a ser, a meus olhos, um verdadeiro pai: que não dá muito a um filho, seu predileto, relegando o outro a uma vida infeliz.Conheci um Deus- Pai, que como todos os pais amorosos( e ele -o mais perfeito dos pais, não poderia fazer diferente) , dão chance ao filho para corrigir seus erros, e de apreender com tais erros, através da reencarnação.Fim de todas aquelas coisas encucadoras: ficar eternamente dormindo, até o famoso juízo final! (Dá tanto tédio só em pensar nisto que, caso eu continuasse a acreditar num absurdo destes, não teria psiquiatra que tiraria o nó de minha cabeça! Imagine só, bilhões de corpos que já passaram pela decomposição há milhares de anos, todos se levantando ao som de trombetas, a fim de serem julgados. Cena macabra e, sobretudo, impossível de acontecer. A matéria decomposta não se recompõe! Esta é a típica crença que não resiste ao bom senso!Coisas deste tipo me levaram a crer que o Cristianismo era o maior culpado desta nova moda dos finais do século XX: a terapia. Hoje, conhecendo um cristianismo mais autêntico, já não penso mais assim, pois o Espiritismo não possui dogmas, mas sim a fé raciocinada. Outro dogma que esta crença jogou por terra, pelo menos para mim, é a de que Jesus morreu na cruz para nos livrar dos pecados. Coisa absurdamente muito cômoda acreditar nisto Esta é uma das coisas mais sem lógica que já ouvi: se assim fosse, seria muito injusto e muito cômodo! Onde fica a nossa responsabilidade como seres humanos?Eu "pequei" mas o sangue de um inocente limpou toda a sujeira que cometi.Eu não preciso mais me modificar, procurar evoluir para ser uma pessoa melhor, para crescer espiritual mente. O Sangue de Cristo já fez tudo isto por mim.
Por tudo isto, me considero hoje uma Cristã verdadeira, sem mitos, sem lendas, acreditando que tenho que fazer das palavras de Jesus um guia de reforma íntima e que fora desta reforma vou ter que continuar sempre indo e voltando, até atingir um grau mínimo que seja de evolução!
Por isso eu também creio que a ressurreição não pode ser justa e acredito que só haja justiça ao homem através das sucessivas reencarnações tendo que ser pago nas próximas vidas pelo que se fez nas anteriores.
Não conseguia entender a justiça de Deus diante de tantas diferenças, acho que este é o maior ponto em comum entre quem se identifica com a Doutrina de Jesus! Quando compreendi o mecanismo da reencarnação foi como um estalo na minha mente, tudo clareou e o mundo fez sentido! Nossa! Muitos encontram a Doutrina movidos pelo desespero ou pela dor, no meu caso foi diferente, foi pura curiosidade. Quando meu avô paterno morreu, lembro que fui na casa dele, e todos estavam lá, eu era bastante nova, acho que tinha uns 16 anos, entrei em seu quarto querendo levar uma lembrança, algo que fosse dele, vi que tinha vários livros e peguei o primeiro, não escolhi muito, não queria que vissem! estava encapado por papel madeira, eu não tinha a menor ideia do conteúdo. Depois quando abri vi que tinha o nome "O Livro dos Espíritos", não eu não senti medo, e sim curiosidade... li, li, li... e quanto mais lia, mais queria saber, era como se eu já soubesse de tudo aquilo mas estivesse apenas esquecido, exatamente como foi falado no filme por Bezerra de Menezes, foi a mesma sensação! incrível! de lá pra cá, tudo faz sentido!