O inglês tem origem no idioma dos Anglos e Saxões, povos bárbaros (Germanos), que no século V de nossa era, invadiram a Bretanha, atual Reino Unido da Grã-Bretanha. Em 1500 anos de evolução, sofreu influência de outras línguas, entre elas o celta, o latim e o francês.
Costuma-se dividir a história do inglês em três períodos:
OLD ENGLISH: O ARCAICO OU ANGLO-SAXÃO (ENTRE OS SÉCULOS V e XI);
MIDDLE ENGLISH: O MÉDIO (DO SÉCULO XI AO XVI) e
MODERN ENGLISH: MODERNO ( A PARTIR DO SÉCULO XVI).
O patrimônio vocabular do idioma é estimado hoje em 750.000 palavras. Cerca de metade dos vocábulos é de germânica e o restante provém do Latim e de Línguas Neolatinas, como o Francês, o Espanhol e o Italiano.
Atualmente, o inglês é considerado idioma universal, sendo o mais utilizado nos negócios, na Internet e no mundo do entretenimento.
2. INTRODUÇÃO
Segundo Preti (2000:11), toda a nossa vida em sociedade supõe um problema de intercêmbio que se realiza fundamentalmente pela língua. A língua é entendida como manisfestação da vida em sociedade.
"Uma língua é um objeto histórico, enquanto saber transmitido, estando, portanto, sujeita às eventualidades próprias de tal tipo de objeto. Isso significa que se transforma no tempo e se diversifica no espaço" (Camacho: 1988).
Podemos considerar esta definição de Camacho como perfeita para expor a idéia de variação da Língua. Na Língua Inglesa, como nas outras línguas, esta asserção é fato, pois a variação lingüística tem presença marcante.
A nossa abordagem visa expor uma visão sobre a origem e o desenvolvimento da língua inglesa até os nossos dias, bem como os aspectos lingüísticos que a lapidou com o passar do tempo.
Dentro deste conceito, através de uma pesquisa bibliográfica em livros e Sites, selecionamos informações relevantes sobre o tema abordado, as quais citaremos neste trabalho, como o objetivo de proporcionar subsídios para desvendar aspectos lingüísticos e culturais da língua inglesa desde a sua origem até os dias atuais, buscando o entendimento da língua mundialmente falada atualmente. E, com isso, aprimorar o nosso conhecimento enquanto futuros educadores.
3. ORIGEM DA LÍNGUA INGLESA
Conforme cita Schütz (2004), a origem da língua inglesa se inícia com os Celtas, povos que habitaram a Inglaterra por volta de 1.000 a.C. O povo Celta chegou a ser o principal grupo de línguas na Europa por, aproximadamente, oito séculos. Posteriormente sofreu influências de outras línguas ou grupos de línguas tais como:
Latim - em função das invasões romanas na Bretanha e do processo de evangelização do anglo sexões pelos missionário cristãos.
Dinamarquês - por parte dos Vikings.
Francês - língua dominante na Inglaterra pela classe aristocrática e pelos Anglo-Saxões em busca de ascensão social em função do domínio de franceses no reinado Inglês por 300 anos.
Alemão - quando as legiões romanos deixaram a Bretannia (nome da ilha em latim), os Celtas recorreram às tribos Germânicas (judes, Angles, Saxons e Frisians) para obter ajuda contra seus inimigos (Scots e Picts). Oportunamente, essas tribos germânicas tornaram invasores e se estabeleceram nas áreas mais férteis do sudeste da Grã-Bretanha destruindo vilas e massacrando a população local. Foram, portanto, os dialetos germânicos que deram origem ao inglês. A própria palavra "England", por exemplo, originou-se da expressão "Engle-Land" (terra dos anglos). E, a partir daí, a história da língua inglesa foi dividida em três períodos: Old English, Middle English e Modern English.
3.1. O INGLÊS ANTIGO (1100 - 1150)
Conforme os estudos de Schütz (op. cit.), este período também é denominado Anglo-Saxon e é marcado pelos invasores germânicos. Na verdade não se trata de uma única língua, mas de uma variedade de dialetos, havendo neste período quatro dialetos:
Northumbrian: faldo no norte do rio Humber.
Mercian: falado na Midlands do East Anglia até a divisa de Welsh.
Kentish: faldo no sudeste.
West Saxon: falado no sul e no sudoeste.
É uma linguagem quase irreconhecível até mesmo por um falante nativo do inglês moderno, declara Schütz (op. cit.). No entanto, menciona ainda que a correlação entre a pronúncia e a ortografia era muito mais próxima do que no inglês moderno. No plano gramatical, os substantivos declinam e tem gênero (masculino, feminino e neutro) e os verbos são conjugados. Como exemplo segue, abaixo, um pequeno trecho da parábola bíblica do Bom Samaritano traduzido para Old English:
Sum man ferde fram Hierusalem to Hiericho, and becom on pa sceapan ...
(ferde - 3a. pessoa do singular; passado do verbo feran)
O verbo em destaque corresponde aos verbos to go/ journey no inglês moderno. O "de" (sufixo) tornou a forma do inglês moderno "ed" a terminação do passado dos verbos regulares = (he journeyed).
3.2. MIDDLE ENGLISH (1100 - 1500)
O elemento mais importante foi a forte presença e influência da língua francesa no inglês. A fusão da cultura franco-normanda na nação anglo-saxônica durou três séculos e resultou num enriquecimento de vocabulário na língua inglesa sem afetar a pronúncia e a estrutura gramatical. No final do século XV se torna evidente que o inglês havia prevalecido, pois já havia substituído o francês e o latim como língua oficial para documentos. Em 1362 o inglês foi estabelecido como única língua a ser utilizada nos tribunais através do statute of Pleading. No mesmo ano, pela primeira vez, uma sessão do parlamento foi aberta em inglês. Pode-se falar também de uma nação polilíngüe, pois as regiões de colonização norueguesa, principalmente no norte, a língua continua sendo até a época moderna, o norueguês. No direito, temos até hoje a existência de uma influência francesa sobre a língua, que é reconhecida pelo uso de fórmulas tradicionalmente francesas, como as inscrições nas armas reais e a fórmula oficial para o assentimento do rei às leis votadas pelo Parlamento.
Além dessa forte característica, este período se caracterizou pela gradual perda de declinações, pela neutralização e perda de vogais atômicas em final de palavras e pelo início do Great Vowel Shift (mudança da pronúnica das vogais do inglês).
Os sons das vogais da língua inglesa antes do século XV eram bastante semelhantes aos das demais línguas da Europa Ocidental, inclusive do português de hoje, como por exemplo:
fine: a pronúncia antes do século XV era /fi:ne/
fine: a pronúncia no inglês moderno é /fayn/
Portanto, a falta de correlação entre ortografia e pronúncia no inglês moderno é, em parte, conseqüência desta mudança ocorrida no séc. XV.
Segue, como exemplo, o mesmo trecho da parábola do Bom Samaritano escrito conforme a linguagem do Middle English:
"A man cam doun fro Jerusalén in to Jerico, and fel among theues, and their robbiden hym..."
As únicas diferenças significantes do inglês moderno são o "em" e o "iden" sufixos dos verbos que são os mesmos do Old English mas são pronunciados diferentemente.
3.3. MODERN ENGLISH (A PARTIR DE 1500)
Uma de suas características consiste no fato de que Londres (já colonização celta, chamada pelos romanos de "Londinium", mais tarde também denominada Lundemburgo), se torna definitivamente centro da evolução lingüística que se segue, como sede do governo e do Parlamento, como maior cidade do pais e centro comercial. A segunda característica deste período de transição é a influência da imprensa no sentido da unificação lingüística.
A terceira é o florescimento dos estudos clássicos, o interesse pela antigüidade Grego e Romana: o Renascimento, que nascido na itália, exerceu forte influência na Inglaterra.
O chamado período de transição conduz o inglês à plena maturidade com a Bíblia do Rei James e, principalmente, com a obra de William Shakespeare (1564 - 1616). Este período revela uma gradual superposição do inglês ao latim, como língua dos cientistas. Francis Bacon e william harvey publicaram suas obras em latim. Issac Newton depois que publicou em latim sua obra fundamental Principie Mathematica, em 1687, voltou-se para a sua língua materna. Opticks surgiu em 1704 em Língua Inglesa. entre os séculos XVIII e XIX, os filólogos e dicionaristas se esforçaram em ordenar e reunificar a estrutura da moderna Língua Inglesa, entre eles destaca-se Samule Johnson (1709-1784), compilador de uma grande edição de Shakespeare e criador do Dctionary of English Language.
A partir de 1800, surgiram dicionários para o inglês americano, entre eles o de Noah Webster (atualmente Merriam Websters). Por volta da metade do século, surgiu em Londres uma Philogical Society, com o objetivo de criar um novo didionário mais abrangente. Foram coletados mais de 5 milhões de citações textuais (dos quais 1/3 foi utilizado na obra), e vários editores dedicaram seus esforços a esta edição, que começou a surgir em 1882 e só terminou em 1928, com um total de 15.300 páginas: o Oxford English Dictionary (OED). Embora o inglês tenha adotado palavras de inúmeras línguas, a grande maioria de palavras com raízes inglesas são de origem germância ou românica, sendo que a maior influência é a do germânico na língua do cotidiano e na língua do homem simples. Além do mais, as línguas de origem germânica eram muito parecidas no período do ingl~es antigo, de tal modo que inúmeras palavras teriam soado de maneira totalmente igual, fossem elas de raízes anglo-saxônicas ou escandinavas. Podemos afimar que este período é caracterizado, principalmente, pela padronização e unificação da linguagem. Portanto, desde o início da era Cristã até os dias atuais seis idiomas chegaram a ser falados na Inglaterra: Celta, Latim, Old English, Norman French, Middle English e Modern English.
4. CONSEQÜÊNCIAS DAS INFLUÊNCIAS DE GRUPOS LINGÜÍSTICOS NA LÍNGUA INGLESA
A partir dos primeiros dicionários a ortografia do inglês mudou em pequenos detalhes enquanto que a pronúncia sofreu grandes transformações. Nos séculos XVI e XVII ocorreu o surgimento e incorporação definitiva do verbo AUXILIAR DO PARA FRASES INTERROGATIVAS E NEGATIVAS. A partir dop séc. XVII passou a ser considerado incorreto o uso dupla negação numa frase como exemplo: She didn't go neither.
Uma das razões da externa riqueza do léxico inglês consiste no fato de ele possuir, muitas coisas, uma denominação de origem germânica e uma de origem românica. Palavras gregas foram adotadas, entre outros casos no âmbito teatral, como apropria palavra theatre, drama, comedy, tragedy, catastrophe, episode, scene, dialogue, prologue, etc. assim como a linguagem filosófica, poética e médica. E se aclimataram ao inglês sufixos gregos como - osis e -itis a princípio para designar doenças e, gradualmente, para indicar ironia: radioitis, por exemplo.
A partir do século XVI as palavras latinas usadas no inglês são inúmeras; dignas de nota são as muitas adotadas sem qualquer modificação: error, horror, genius, vacuum, omen, census, referendum, veto, complex, ultimatum - todas também conhecidas em alemão no qual, poerém até hoje mantém um certo ar de estrangeirismo.
Semelhante as outras línguas européias pode-se afirmar que poucas línguas não contribuíram de algum modo para o léxico inglês especialmente por causa da extensão do domínio colonial inglês. No inglês a adoção é mais fácil, porque no curso de sua evolução esse idioma perdeu a maior parte de suas desinências e porque apresenta um grande grau de regularidade naquelas poucas que ainda existem. Os substantivos ingleses formam - com raras exceções possíveis de contar nos dedos - o plural com acréscimo de -s; dog - dogs; cat - cats; horse - horses. A progressiva perda das desinências conduz a uma outra peculiaridade: não existindo quase desinências características de uma determinada categoria gramatical (como o - n ou - en dos verbos alemães), ocorre que um substantivo fire ("fogo") é ao mesmo tempo a forma do verbo fire ("incendiar," ou "despedir," em cansável e quase imperceptivelmente as palvras inglesas mudam de função na frase).
O rápido crescimento do léxico inglês é facilitado pelas várias maneiras de formação de neologismos. De modo semelhante ao grego e ao alemão, podem ser formados compostos de termos pertencentes a várias categorias gramaticais: gentleman, aircraft, shipbuilding bastam como exemplos.
As formações das palavras em inglês apresentam as seguintes caracteristicas:
Aglutinação: como em brunch, formado de breakfast + lunch, e smog, de smoke + fog;
Regressões: derivações imprórpias, como no caso de Fisher, derivado de to fish. Haveria portanto um verbo to bulldoze, antes de surgir a palavra bulldozer? Não, mas to bulldoze foi formado pelo uso, como to televise, de television;
Justaposições de duas palavras: de cabe telegram vem cabbegram; de biology (ou biological) eletronics vem bionics;
Abreviações: de advertisement ("anúncio") vem ad, de examination, exams. Também em alemão ocorrem abreviações desse gênero, principalmente entre os estudantes: Wir haben Manthe (=Mathematik) - "Temos aula de matemática";
São freqüentes palavras formadas de iniciais (acrossemia): como NASA, de National Aeronautics and Space Administration.
O inglês falado sofreu transformações decisivas (mutações consonânticas durante sua evolução. Atualmente possui um total de vinte e um fonemas vocálicos.
Na Inglaterra e na Escócia há uma multiplicidade de dialetos bastante diferentes entre si. Por esse motivo, a pronúncia inglesa "correta" é considerada tradicionalmente como sendo a British Received Pronunciation (RP), ou seja, a fundamentada nos hábitos lingüísticos da classe culta de Londres e do sudoeste da Inglaterra. Até agora as diferenças entre o inglês britânico e o americano têm sido poucas na escrita mas a Received Pronunciation é considerada, menos ainda que no passado, como a pronúncia ideal pela América independente. sob a influência dos meios de comunicação de massa e da alta mobilidade da população, seguramente surgirá uma norma americana própria.Desse modo, a futura evolução do inglês tem algo duvidoso. Parece certo que a importância do inglês do mundo atual tende a aumentar e que o léxico dessa língua, ja atualmente imenso, não cessará de ampliar-se.
CONSIDERAÇÕES
O estudo do passado é a melhor forma para a compreensão do presente. Acreditamos que afirmação citada é importante para nós estudante da língua inglesa, e também para os nativos. A língua muda com o tempo e se diversifica no espaço em conseqüência de fatores sociais, políticos e culturais.
BIBLIOGRAFIA
CAMACHO, R. Variação-Liqüística. In: A Redação como Libertação. Brasília, Editora da Universidade de Bra´sília, 1988; pp 41-53.
PRETI, D. Sociolingüística: Os Níveis de Fala: Um Estudo Sociolingüístico do Diálogo na Literatura Brasileira. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 9ed, 2000.
[Informação de Internet (www)] SCHÜTZ, Ricardo. História da Língua Inglesa: English Made in Brazil. Disponível em http://www.sk.com.br/skenhis.html Acesso em 30/04/2004.
STÖRIG, Hans Joachim. A aventura das Línguas. São Paulo: Melhoramentos, 5 ed., 1993.
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