MEDIUNIDADE E OBSESSÃO EM CRIANÇAS
-Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim, pois que minha filha está miseravelmente possuída de espírito demoníaco.
Amélia Rodrigues / Divaldo Franco – Primícias do Reino
Geralmente quando pensamos em mediunidade e em obsessão pensamos sempre no acometimento do indivíduo adulto. Mas e a criança pode ser médium? Pode também ser obsidiada? E se pode quem é a criança afinal?
A criança.
A criança que nos chega aos braços como pais ou educadores é um espírito imortal. A inocência e a fragilidade que lhe caracterizam são peculiares ao seu estado infantil nesta encarnação. São importantes sim a inocência e a fragilidade, para despertar nos pais o cuidado, o afeto e a ternura para com a criança, que em verdade é um espírito com experiências milenares.
Todo espírito somente reencarna com o objetivo de se melhorar e progredir. Os pais e os educadores portanto, são instrumentos que Deus se utiliza para o auxiliarem nessa nova experiência na aquisição de valores novos e superiores da vida.
A mediunidade
Mas o que é mediunidade? É o sentido que faculta a pessoa ser intermediária entre o plano espiritual e o plano físico. Geralmente chamamos de médiuns somente quem tem a faculdade ostensiva, ou seja quem sente, ouve, vê de forma mais clara a influência dos espíritos. Mas de modo geral, todos somos médiuns, pois, pelo menos pela faculdade da intuição todos nos colocamos em contato com o mundo espiritual.
Foi Alan Kardec quem melhor estudou sobre a mediunidade. No Livro dos Médiuns ele trás de forma detalhada o que vem a ser a mediunidade, como ela se manifesta, as suas características, os cuidados necessários, as responsabilidades e conseqüências de seu uso. E nos fala também da mediunidade da criança. Sim, a criança pode ser médium.
Foi Alan Kardec quem melhor estudou sobre a mediunidade. No Livro dos Médiuns ele trás de forma detalhada o que vem a ser a mediunidade, como ela se manifesta, as suas características, os cuidados necessários, as responsabilidades e conseqüências de seu uso. E nos fala também da mediunidade da criança. Sim, a criança pode ser médium.
Temos vários exemplos, como o das irmãs Fox, que em Hydesville, nos Estados Unidos em 1848, eram médiuns de efeitos físicos. Kate e Margareth, de 11 e 14 anos respectivamente. Se comunicaram através da tiptografia ou uso de pancadas onde o espírito Charles Rosna disse detalhes de sua vida e de sua morte que ocorrera naquela casa onde se achavam.
Francisco Cândido Xavier desde seus 5 anos de idade via e se comunicava com sua mãe já desencarnada. A mãezinha lhe aparecia principalmente quando sofria maus tratos por parte da madrasta.
Yvone do Amaral Pereira, que publicou diversos livros espíritas, portadora de uma mediunidade muito aflorada, desde os 4 anos conversava com os espíritos.
Divaldo Pereira Franco, médium e orador espírita, também desde os 4 anos via os espíritos. Aos 5 tinha um amigo índiozinho chamado Jaguarassu. Brincavam juntos, conversavam… A medida que Divaldo crescia, Jaguarassu crescia também. Quando Divaldo fez 12 anos, Jaguarassu disse a Divaldo que teria de se afastar, pois estava se preparando para reencarnar. Divaldo teve um susto, pois pensou que Jaguarassu era uma pessoa encarnada. Após um tempo Divaldo teve oportunidade de conhecer Jaguarassu em sua nova reencarnação, que durou 38 anos. Após seu desencarne tornou a aparecer a Divaldo, porém agora com a aparência da última existência.
A mediunidade é uma faculdade espiritual e também orgânica. Espiritual pois é uma faculdade do espírito, mas orgânica pois que quando exercida por encarnados necessita de órgãos especiais no corpo físico para captar as informações que são decodificadas.
André Luiz no livro Missionários da Luz tem um capítulo entitulado A epífise, onde ele aborda a importância da glândula pineal como o órgão sede da mediunidade no corpo biológico. A glândula pineal é uma estrutura do cérebro e tem a sua função despertada na puberdade.
Sérgio Felipe de Oliveira, psiquiatra, realizou uma pesquisa utilizando-se de equipamentos de microscopia eletrônica e de ressonância magnética, onde concluiu que nos médiuns ostensivos, ou seja, aqueles com mediunidade mais aflorada, na glândula pineal destes há um número maior de cristais de apatita. Estes cristais de apatita não são calcificações. São estruturas funcionais que agiriam como antenas capazes de captar estímulos eletromagnéticos e decodificá-los em estímulos neuroquímicos, que são os que o cérebro seria capaz de compreender.
Kardec no Livro dos Médiuns estudou no cap. XVIII sobre a mediunidade em crianças, se haveria algum inconveniente em se desenvolver a mediunidade em tenra idade. Os benfeitores disseram que sim. Que não se deve estimular a mediunidade numa fase em que os órgãos ainda estão em formação. Seria precipitado e poderia causar estímulos que a criança poderia não assimilar de forma saudável.
A obsessão
A criança sendo médium, porque todos o somos, também está sujeita a influência espiritual. Quando a influência é negativa, perniciosa, persistente é chamada de obsessão. A obsessão pode ser definida como uma patologia de ordem espiritual.
Kardec estudou também no Livro dos Médiuns a escala da obsessão conforme o grau de domínio do espírito obsessor sobre o hospedeiro. Designou com os seguintes termos: Obsessão simples, fascinação e subjugação.
O nome subjugação foi uma escolha de Kardec em substituição a terminologia encontrada no Antigo Testamento e no Novo Testamento com o nome de possessão. O Codificador adotou este termo pois nenhum espírito entra no corpo do hospedeiro, o que ocorre é uma ligação de mente a mente face a sintonia existente entre ambos.
Um ponto interessante é que no CID 10 – Código Internacional de Doenças 10ª edição existe o F 44.3 Estado de transe e possessão. Ou seja, este estado de subjugação é avaliado e reconhecido pela medicina, porém geralmente é visto como um transtorno de causa orgânica ou psicogênica ou quem sabe espiritual.
Um ponto interessante é que no CID 10 – Código Internacional de Doenças 10ª edição existe o F 44.3 Estado de transe e possessão. Ou seja, este estado de subjugação é avaliado e reconhecido pela medicina, porém geralmente é visto como um transtorno de causa orgânica ou psicogênica ou quem sabe espiritual.
O fato é que aquele que agora é o obsessor foi alguém que geralmente conviveu de forma muito próxima com a atual vítima e que foi ludibriado e que não tendo perdoado busca fazer justiça com as próprias mãos.
É claro que o desforço não é necessário. A divindade dispõe sempre de meios onde possa equilibrar os desvios da Lei Divina sem que ocorra a necessidade de que alguém se comprometer com o mal.
Assim, a criança que agora utiliza-se de um corpo novo, pode ser na verdade um espírito cujo passado foi muito comprometido no mal. A família que de alguma forma lhe padece as dificuldades decorrentes da obsessão pode muitas vezes ter sido partícipe do seu comprometimento ou mesmo estimuladora das imperfeições que agora abrem campo ao processo obsessivo.
Manoel Philomeno de Miranda, espírito, através da mediunidade de Divaldo Franco em seu livro Trilhas da libertação diz que: Não desconhecemos que a obsessão na infância tem um caráter expiatório, como efeito de ações danosas de curso mais grave. (…) A visão do Espiritismo em relação à criança obsidiada é holística, pois que não a dissocia, na sua forma atual, do adulto de ontem quando contraiu o débito.
O processo obsessivo logicamente trás algumas alterações comportamentais perceptíveis na criança. Podemos desta forma encontrar sintomas associados a obsessão na infância como: Irritabilidade, agitação, depressão, pesadelos, falta de concentração, dificuldades nas relações sociais, agressividade, comportamentos excêntricos, acidentes, personalidade instável, dificuldades de aprendizagem e medo injustificado.
Como tratamento proposto pela Doutrina Espírita, encontramos o tratamento fluidoterápico como o passe magnético e a água fluidificada em abundância, o culto do evangelho no lar, a participação da criança nas aulas de evangelização infantil, a prece intercessória em favor do pequeno paciente e a reunião de desobsessão sem a participação da criança na mesma.
Sabemos que a incidência da obsessão na infância mostra-se como uma prova ou expiação de difícil curso. Mas demonstra principalmente a necessidade de maiores cuidados por parte dos pais quanto à moral e índole do pequenino e também da própria família. A mensagem da Doutrina Espírita é a do Cristo, é a da renovação, da esperança, tendo-se em mente que realizado o tratamento, a criança poderá levar uma vida completamente normal e feliz com um futuro promissor rumo a Deus. Aos pais que passam por situação semelhante em relação aos filhinhos, recordamo-nos de Jesus quando curou a filhinha subjugada da mulher Cananéia –Oh! Mulher! Grande é a tua fé. Seja isso feito para contigo, como tu desejas. E desde aquela hora, sua filha foi curada. (Mateus 15: 28).
Escrito por Rodrigo Ferretti
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